Manifestações Clínicas do Envelhecimento Intrínseco
As alterações morfológicas na pele envelhecida cronologicamente consistem basicamente em alterações relacionadas à frouxidão, rugas finas e uma variedade de neoplasias benignas. Apresentam-se com grau variável de atrofia evidenciada pelo adelgaçamento da pele, perda da elasticidade, a edema e adquire uma coloração amarelada. Os pelos diminuem e se tornam brancos, as unhas enfraquecem, a pele resseca pela diminuição da secreção sebácea, sudorípara e do conteúdo de agua da derme. Ocorrem alterações das partes moles como crescimento das orelhas e ptose do lóbulo, alongamento nasal e queda da ponta do nariz, alteração do maxilar com consequente alteração dos lábios e alteração do tarso na pálpebra inferior. Ocorre atrofia da gordura fácil que resulta em concavidade da área temporal, bochechas, afundamento dos lábios e curvamento das bolsas palpebrais.
A epiderme se encontra afinada com diminuição do numero e volume das células. O citoplasma celular apresenta vacúolos, o núcleo exibe alterações na forma e tamanho e há grande quantidade de glicogênio na parte superior do estrato espinhoso. Na junção dermoepiderme ocorre aplainamento e desaparecimento das papilas causando aumento da fragilidade cutânea devido á diminuição da coesão celular. Os melanócitos, com exceção nas lesões em áreas fotoexposta diminuem cerca de 10% a cada ano. As células de langerhans diminuem cerca de 70% durante o inicio da fase adulta ate o inicio da terceira idade. Na derme, o numero de fibroblastos esta reduzido alterando a capacidade de biossíntese do colágeno. A fibra elástica torna-se irregular, granulosa, pois as fibras oxitalânicas, que consistem microfibrilas, fragmentam-se e desaparecem. A microcirculação diminui em decorrência da regressão e desorganização dos pequenos vasos, as paredes vasculares se tornam mais finas. Os mastócitos estão diminuídos e consequentemente, as reações de hipersensibilidade.
Manifestações Clínicas do Envelhecimento Extrínseco
O fotoenvelhecimento, clinicamente se caracteriza por aspereza, irregularidade da superfície cutânea, despigmentação mosqueada provocada pela estimulação dos melanócitos pelos raios ultravioletas, telangiectasias que surgem pelo alargamento de pequenos vasos, rugas finas devido ao enfraquecimento dos tecidos de suporte, perda de elasticidade, coloração amarelo-citrina da pele pela diminuição dos vasos sanguíneos e aparecimento de lesões pré-malignas e malignas.
A avaliação anatomopatológica da epiderme mostra perda da polaridade celular, displasias, melanócitos hiperplásicos irregularmente distribuídos ao longo da membrana basal com dispersão localizada de melanina entre os queratinócitos e áreas de despigmentação. Na fase tardia, ocorre uma atrofia com hipogranulose que é responsável pelo afinamento irregular da epiderme. Os queratinócitos na pele fotoenvelhecida apresentam um tempo de vida diminuída em relação à pele protegida, talvez como mecanismo de proteção para evitar a carcinogênese.
Há diminuição dos fibroblastos, hiperplasia do tecido elástico, com fibras elásticas aumentadas, espessas, enroladas, emaranhadas e fibras de colágeno afinadas e achatadas. As fibrilas colágenas estão diminuídas em números e quando presentes mostram uma densidade diminuída, bem como contraste na estriação transversal e filamentos separados em suas extremidades. Os vasos sanguíneos na derme elastótica são dilatados, com espessamento das paredes das vênulas pós-capilares.
LEVER, W. F. Histopatologia da pele 7ª ed. São Paulo: Editora Manole, 1991.
SAMPAIO, S. A. P; RIVITTI, E. A. Dermatologia 1ª ed. São Paulo: Artes Medicas, 1998.